Coimbra Nervosa

Tão pacata e tão nervosa.

Relíquia perdida...

Pois... a temporada em Coimbra está perto do fim. Não quero falar disso agora. Deixa eu fingir que ainda me restam meses. Tava vendo algumas fotos e vídeos naquela nostalgia saudável e eis que encontrei um que nunca postei. Trata-se do vídeo doaniversário do Joel, do chalet Pedrosa. A festa foi tão porreira que acho que devo ter editado o vídeo bêbado pra não lembrar da existência dele. A festa aconteceu há 5 meses atrás, quando ainda não havia inverno e eu ainda não entendia nada desse continente plural chamado Eurpopa, nem dessa cidade deliciosamente maluca que é Coimbra. Mas não quero falar disso agora. Palavras nostálgicas agora, não. Deixa eu fingir...

Italia: muita pizza, història e calo no pé

Depois coloco o texto.

Valência e Barcelona



VALÊNCIA

Capital da Província que leva o mesmo nome da cidade, Valência tem mais de um milhão e meio de habitantes. Ao contrário do que muitos podem pensar, a língua oficial de Valência não é o Castellano, mas sim o Valenciano, que, para mim , pareceu uma grande mistureba de línguas latinas. A história da cidade remonta ao império Romano, mas seu desenvolvimento pleno se deu durante a ocupação árabe na peníssula ibérica, no ano de 718.

Hoje, Valência é um ótimo exemplo de como o velho e o novo podem conviver lado a lado. A cidade conserva várias construções que exaltam o passado bélico e multicultural do local, mas também abriga as construções mais modernas da Espanha. O melhor exemplo disso é a "Cidade das Artes e das Ciências", um projeto ambicioso dos arquitetos Santiago Calatrava e Félix Candela. O complexo cultural futurista conta com um planetário, uma casa de espetáculos e exposições de artes, um aquário gigantesco e o Museo das Ciências Príncipe Felipe.

Recife é cortada por dois rios, Valência ERA cortada por um. É que há 50 anos atrás o rio Turia, que cortava a cidade, inundou, fazendo várias vítimas e deixando Valência num estado caótico. Sabe o que o governo Valenciano fez? Desviou o curso do rio e fez um mega parque no local. A água deu lugar a vastos gramados, pista de cooper, campos de futebol, tênis, casa de shows... É engraçado andar pelo parque, passar por debaixo das pontes e pensar que aquilo um dia já foi um rio. A Secretaria de Turismo da cidade não perdeu tempo e logo bolou um slogan que não podia ser mais apropriado: "Valência, um rio de cultura".

O albergue que fiquei (Purple Nest Hostel) era muito bem equipado, limpo e com ótimo preço. O pessoal do albergue, então... sem comentários! É incrível como o espírito dos albergues é propício para que integração entre os hóspedes aconteça. E quando rola uma boa integração, bons encontros etílicos também acontecem. Afinal de contas, barzinho e cerveja também são cultura. E eu acabei bolando meu próprio slogan: "Valência, um barril de Cultura".


BARCELONA


Sempre ouvi dizer que alguns lugares no mundo tem alma. Mais ou menos como se uma energia sobrenatural brotasse do solo desses locais, fazendo com que junto com as construções e belezas naturais, esse tipo de lugar tivesse algo de mais especial. Barcelona é assim. Tem alma. Pulsa no ritmo quente e alucinante de um Flamenco. É multicultural, é cosmopolita, é o mundo todo e as vezes pode parece tão pequena...

Respira-se arte por onde quer se vá. Seja na av. Las Ramblas, repleta de artistas de rua, seja no Paseig de Gracia, com seus prédios imponentes e transeuntes cheios de estilo, seja na língua catalã, uma balé que passeia entre o francês e o italiano, ou seja nas várias e IMPRESSIONANTES construções de Gaudí, homem responsável pela cara e alma da cidade.

Barcelona é a capital da província da Catalunha e a segunda cidade mais povoada da Espanha. O povo de lá tem muito orgulho da cultura local e dificilmente se dizem espanhóis (eles preferem ser chamados de Catalãos). A cidade passou por uma revitalização completa em 1992 quando foi sede dos Jogos Olímpicos. Os pontos turísticos estão por todos os lados, mas o segredo para explorar Barcelona é se perder. Numa cidade que é um verdadeiro museu a céu aberto, o bom é mesmo é sair sem rumo, se perder nas ruelas do Bairro Gótico, se impressionar com os monumentos das avenidas principais e sentir a alma (outra vez essa palavra) dessa cidade maluca, pela qual eu estou completamente apaixonado. :)


O Cortejo da latada (ou Carnaval em Portugal)

De 24 a 31 de novembro aconteceu a semana da Latada aqui em Coimbra. "A festa das Latas", como também é chamada, é uma espécie de recepção ao caloiro. Durante oito dias a cidade vive em total clima de festa. Os principais nomes da cena musical portuguesa vêm fazer shows por aqui, mas também não faltam bandas de renome internacional. Este ano, os cubanos do Orishas, os alemãs do Gentleman, e o Gary Nesta Pine (vocalista do Bob Sinclair) foram os responsáveis pela última noite de concertos.

Mas nada superou o penúltimo dia de festas, quando aconteceu o "Cortejo da Latada". Nesse dia, os alunos do segundo ano em diante saem às ruas vestidos com o traje tradicional da Universidade de Coimbra, e os caloiros tem que ir com fantasias relacionadas ao curso que fazem, arrastando latas presas aos pés (daí o nome "Latada"). Todos saem em cortejo da Universidade até a parte baixa da cidade, junto ao Rio Mondego, onde os caloiros são batizados. O percurso que normalmente duraria 20min pra ser feito, leva cerca de 4h pra ser completado. E depois de todo esse tempo "imersos na filosofia alcóolica" não é difícil ver bêbados se atirando ao Rio Mondego. Qualquer semelhança com o carnaval brasileiro... não sei se é mera coicidência.



Garçom, aqui nessa mesa de bar...

Não me peguntem como. Mas tem um calouro de jornalismo que conhece as músicas do Riginaldo Rossi. E eis que no meio da bebedeira do Jantar de Curso, ele me solta essa pérola...

Meu "jantar" de curso

Há mais ou menos uma semana atrás passou uma circular na sala de aula convidando os alunos de jornalismo para o "Jantar de Curso". Esses jantares são uma tradição da Universidade de Coimbra e acontecem com uma certa frequência. A circular dizia que o lugar era muito chic e que "deveríamos nos comportar no recinto", e bla bla bla. Mais abaixo dizia que pela bagatela de 8 Euros iríamos desfrutar de um prato de não sei o que lá de Champigons, com direito, ainda, a vinho pra completar a cena do jantar (coisa fina).

O jantar começou bem, ou melhor, começou da maneira que todo jantar de curso, supostamente, deve começar. Uma conversa fiada aqui, uma piada acolá. O lugar um tanto requintado escolhido pro evento combinava com o tom "familiar" da coisa.

Todos os alunos foram devidamente vestidos com o traje tradicional da Universidade de Coimbra. Uma vestimenta preta que combina ares de "professorinha", com uma referência indiscutível à roupa do bruxinho Harry Potter. Existe todo um código para usá-la. Aos calouros
é vetado o "prazer e orgulho" de usar o traje. E não é permitido em hipótese alguma lavar a capa preta durante o tempo que você passar na universidade (4 anos, no mínimo).

Pois bem. Voltando ao jantar... Depois de algumas (poucas) horas o(s) vinho(s) começou(aram) a fazer(em) efeito(S). Todo o clima familiar do jantar foi deixado de lado e
(em bom brasileiro) a "putaria generalizada" começou. Músicas que exaltavam a virilidade dos estudantes de jornalismo, seguiam-se a gritos de guerra tradicionais da universidade... e pra aquilo lá virar carnaval só faltava mesmo um samba ou frevo. O resultado do "jantar" tá aí embaixo.


 

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